Lição 13 - Missões nos Dias Atuais



"Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judá e Samaria e até os confins da Terra" - Atos 1.8


Texto Bíblico Básico: Atos 13.1-10

A IGREJA E A OBRA DE MISSÕES

evangelizar, evangelismo, pregação, Bíblia, Jesus, salvaçãoQuando estudamos sobre a missão da Igreja no mundo, observamos que é uma missão simples e gloriosa. O evangelista Marcos definiu bem o que Jesus falou sobre essa missão: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura”. O que entendemos nessa ordem é que a Igreja deverá ir por todo o mundo e existe uma finalidade para isso. Atingirmos o mundo tem como fim principal executarmos a propagação do Evangelho do Senhor Jesus. Não é um evangelho próprio, da forma que queremos pregar, é o Evangelho de Jesus. Sobre esse Evangelho, falou o apóstolo Paulo: “Porque não me envergonho do evangelho de Jesus Cristo, pois é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”, Rm 1.16. A missão da Igreja não mudou. Continua a mesma. Isso porque o Evangelho é o mesmo. O Evangelho de Jesus não muda, então a missão da Igreja também não muda. 

Devemos ter cuidado é com os métodos de evangelismo, pois estes, sim, sofrem mudanças importantes de acordo com as mudanças dos tempos. Não podemos evangelizar nos dias de hoje como evangelizávamos 20 ou 30 anos atrás. Não dá certo. Os métodos deverão ser outros, senão não conseguiremos atingir os nossos objetivos com o nosso trabalho.

Estamos vivendo em um ponto decisivo da História. As mudanças em nossos dias são radicais e importantes. As coisas mudam com tanta rapidez que as únicas organizações que sobreviverão são aquelas cujo gerenciamento acompanhará as mudanças necessárias estabelecidas por este novo tempo. 

Transformações Com as mudanças dos tempos, está ocorrendo uma grande transformação em vários aspectos, que nos forçam mudar as estratégias no nosso campo de ação. Entre essas, destacaremos algumas: 

1) Internacionalização – Devido às emergências da ideia global, a internacionalização facilita a comunicação. Em um só instante, descobrimos o que acontece em todo o mundo. Outro ponto importante da internacionalização é a migração de imensa quantidade de pessoas, que traz para a igreja uma série de implicações, e não só para a igreja, mas para a sociedade como um todo.

2) Urbanização – Segundo as estimativas, neste século, 50% da população mundial habitarão nas cidades, entre as quais 17 terão mais de dez milhões de habitantes, sendo sete delas no mundo mulçumano. A pobreza e a fome agora são maiores do que nunca na história da humanidade. Alguns sugerem que 900 milhões de pessoas serão pobres nesta época, 100 milhões das quais em pobreza absoluta. O desafio para o movimento missionário será tão esmagador que as missões terão de ser, por assim dizer, reinventadas. Se a Igreja deseja conquistar esta geração, precisa encontrar um jeito de manter apegada à verdade que mantém a nossa fé coesa, e ainda criar maneiras de responder às perguntas levantadas por uma geração esvaziada de conteúdo cristão. A demonstração de amor e do caráter transformador do Evangelho é a necessidade gritante desta hora.

3) Tecnologia – O mundo está sendo gerenciado pelo homem que usa a tecnologia como ferramenta de trabalho. O problema é quando o homem se deixa escravizar por ela. Não é muito fácil ser um cristão em uma era tecnológica, porque é necessário domínio próprio para não se deixar dominar por ela, pois o uso excessivo pode resultar numa imensa solidão. Hoje, se passa mais tempo com as máquinas do que com as pessoas. A comunicação é muito mais eletrônica, exigindo do homem um esforço para não se tornar impessoal e vazio. Veja o que diz a Bíblia em João 1.14: “O verbo se fez carne e habitou entre nós”. A Igreja é composta por aqueles que foram transformados. A vida congregacional é composta por gente que se relaciona com Deus e com as pessoas. Portanto, a Igreja televisiva e eletrônica não pode substituir a vida congregacional, porém pode ser usada como meio de divulgação do Evangelho e como uma segunda opção para aqueles temporariamente impossibilitados de chegarem à congregação.

4) Individualismo – Estamos vivendo uma época semelhante àquela por que passaram os israelitas na época dos juízes, em que cada um fazia o que era reto aos seus olhos, e veja que os resultados foram trágicos. Estamos repetindo o mesmo erro. Hoje, é cada um por si. Isso tem um refl exo direto na família. A família de hoje que não tem tempo para a comunicação pessoal, que não tem tempo para fazer as refeições junta, tem sido uma família fraca, sem base, sem raízes sólidas e, pior, muitas dessas famílias têm fracassado diante do individualismo, deixando de existir. A missão da Igreja junto às famílias é de uma importância tão grande que se não cuidarmos desse assunto, nossas igrejas também se tornarão vazias de afeto e relacionamento. Isso pode trazer uma derrocada moral, onde os bancos das nossas igrejas poderão se tornar testemunhas de pessoas cujas vidas estão distorcidas pelas consequências dos seus próprios pecados e pelas transgressões dos outros.

5) Qualidade de vida decrescente – Uma nova classe de pobres marginalizados no mundo de hoje é formada por mães solteiras, tornando maior a pobreza, e ninguém tem a solução para esse problema. Ainda convivemos com o aumento da violência, do crime, da instabilidade social, e o resultado é uma cultura pessimista. A moralidade decresce, o conflito aumenta, a solidão se intensifica, as famílias desintegram-se, o crime e a pobreza aumentam e a geração em formação tem poucas esperanças. Choro por dentro ao estudar essa matéria, pensando exatamente no que a Igreja deve fazer para minimizar essa situação que conta com uma demanda tão intensa. Que Deus nos ajude!

Crise
A nossa situação cultural de hoje representa uma crise, diante  da qual levantemos duas questões cruciais:

1) De que forma realizamos a evangelização hoje em dia?
2) Como conseguimos transmitir o Evangelho a um mundo pós-moderno? Há uma grande diferença entre hoje e 100 anos atrás. Naquela época, as pessoas estavam adormecidas e não havia uma negação generalizada das verdades cristãs.
As pessoas estavam dependendo apenas de um toque que viesse despertá-las e incitá-las. Hoje, a fé em Deus praticamente desapareceu, o homem normal acredita que toda essa crença em Deus, na religião e na Salvação, esteve incubada na natureza humana por séculos. Já não é mais uma questão somente de imoralidade. A sociedade se tornou amoral. A própria categoria da moralidade não é reconhecida. Boa parte da sociedade não é apenas imoral; não existe moral.

Missão
Mais do que nunca, precisamos estar atentos para a forma de alcançarmos o mundo que está mergulhado num sistema cego e destruidor, e que mata rapidamente se não houver quem o resgate. Porém, não é de qualquer maneira que a Igreja vai conseguir isso. É mais difícil do que se pensa, não é apenas chegar e pregar; é ter consciência da responsabilidade que a Igreja tem e levar a sério essa realidade, seguindo passos importantes, dos quais sugiro alguns:

1) Não perder a identidade – O ponto inicial de fazer missões neste século é manter a identidade. Com o Evangelho fácil que tem chegado ao mundo nos dias de hoje, muitas igrejas estão iguais ao mundo. “Venham como estão e permaneçam do mesmo jeito”. Quando o mundo olhar para a Igreja e vê-la de forma igual a ele, a Igreja terá deixado de ser referência para ser mais uma organização igual às demais. A Igreja tem que ser diferente para manter a ordem no mundo; se ninguém consegue, a Igreja deverá conseguir. O mundo precisa urgentemente de mudanças principalmente na ordem espiritual, e a Igreja é a única referência.
Muitos líderes sem preocupação com as almas encenam uma “compaixão”, e fazem todo tipo de representação para conquistarem as pessoas, e até conseguem, mas o que observamos é que com a mesma rapidez que crescem, também acabam.
A Igreja de Cristo não veio para mudar a realidade do mundo, e deverá continuar assim até a Volta do Senhor. Estamos no mundo, mas não somos do mundo, somos diferentes e a nossa identidade não pode ser trocada. Custe o que custar, a Igreja precisa continuar sendo a referência.

2) Ter estratégias definidas – A forma de evangelização não é a mesma para todos os lugares. A Igreja precisa conhecer bem as culturas de onde ela pensa entrar. Cada lugar tem uma cultura diferente. Mesmo sendo próximos. A cultura diferencia um lugar do outro. As concentrações que fazíamos anos atrás já não estão mais funcionando em muitos lugares. Foi necessária a evangelização pessoal. E hoje, o homem tem se tornado solitário e demasiadamente ocupado, a ponto de encontrar-se com a família apenas uma vez por semana. A estratégiatem que mudar. 
Devemos entrar nas faculdades, e para isso a Igreja necessita de mão de obra qualificada. Precisamos entrar nas Forças Armadas, e para isso a Igreja deve aproveitar bem os seus membros que ali se destacam. A Igreja deverá entrar na política, e para isso deverá preparar bem os seus representantes para que não envergonhem o Evangelho e sejam canais de salvação para os seus pares. E os menos favorecidos? A preocupação com eles é dobrada. Como evangelizar os pobres sem uma boa Secretaria de Ação Social? Haverá sempre necessitados conosco, a assistência social glorifica o nome de Jesus e mantém o trabalho da Igreja. Veja que, na hora de pregar, Jesus pregava; na ora de ensinar, Jesus ensinava; e na hora da necessidade, Jesus atendia, ainda que para isso tivesse que fazer milagre como foi o caso da multiplicação dos pães e peixes. Usemos de todas as formas corretas possíveis para conquistar o mundo.

3) Manter a união – Entendemos bem agora o porquê da recomendação do Salmo 133: “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”. Não podemos trabalhar com a visão de cada um por si. É necessário trabalharmos em parceria. A Bíblia diz que um reino dividido não prospera. Devemos unir as nossas forças em prol da obra de Deus ou, ao contrário, estaremos fadados à derrota. Precisamos aprender a dialogar e compartilhar projetos, e assim aprender uns com os outros tanto nos acertos como também nos erros.

4) Manter a unção – O inimigo tem se levantado de uma forma muito terrível com o fim de se opor aos santos e destruir as pessoas antes que elas tenham um encontro com Jesus. E em alguns momentos ele tem conseguido êxito no que diz respeito a destruir pessoas, visto que ele veio para matar e destruir, como diz a Bíblia.

A única forma de neutralizá-lo é tomando os espaços e terrenos de que ele tem se apropriado, e isso não se consegue com mensagens frias e sem ousadia. Apesar de ser a favor de faculdades teológicas e defensor delas, digo: não devemos nos enganar, os cursos servem para um preparo melhor no âmbito teológico, mas não concedem poder para enfrentar o arquiinimigo da Obra de Deus. Existem muitas mensagens bonitas, recheadas de técnicas, fruto de anéis, diplomas e internet, porém vazias da unção, que é mais importante. A Igreja não pode abrir mão da unção de Deus, presente nesse importante trabalho.

5) Discipular – Quando o evangelista Lucas escreveu o livro dos Atos dos Apóstolos, logo no início ele relatou ao seu amigo Teófilo que havia escrito o primeiro tratado exatamente acerca daquilo que Jesus tinha feito e ensinado. O próprio Jesus recomendou pregar e ensinar. Os membros de nossas igrejas, e principalmente os nossos obreiros, precisam sempre de uma reciclagem e, para isso, os nossos líderes devem estar preocupados em fazer simpósios, palestras, encontros, capacitação etc. Não podemos mais perder tempo. O tempo chegou e é agora.Feliz a igreja que cumpre a sua missão com efi cácia e inteligência! Aqui mesmo, no Brasil, em todas as nossas cidades, há um número maior de desviados do que de membros em nossas igrejas, e isso é uma prova de que alguns de nós estamos pregando muito e ensinando pouco. Preparemos, pois, o nosso povo para a batalha, dando-lhes as armas necessárias para o combate e preparando-os psicologicamente, moralmente e principalmente espiritualmente.

6) Conquistar – O apóstolo disse: “Fiz-me de tolo para ganhar os tolos e de sábio para ganhar os sábios”. Tudo o que a Igreja puder fazer para conquistar as almas para Cristo deve ser feito com urgência. O mundo espera pela Igreja, temos terreno a conquistar tanto em Jerusalém, Judéia e Samaria como até os confi ns da Terra. Devemos colocar as nossas armas de conquista em funcionamento para que tenhamos, neste século, o maior número de vidas salvas pelo sangue de Jesus Cristo.



JERUSALÉM, O LUGAR EM QUE ESTAMOS
É uma estratégia eficiente e necessária para a vida da nossa igreja. Com os pequenos grupos, nossa igreja tem a capacidade de atingir as pessoas de nosso tempo, as famílias, amigos e parentes são alcançados em seus lares, proporcionando com isso, condições adequadas às práticas da vida cristã e a comunhão espiritual e social entre pessoas. A Assembleia de Deus no Brasil iniciou na casa da irmã Celina Albuquerque, no dia 18 junho de 1911, a igreja inicialmente foi chamada missão da fé apostólica. Iniciou com um pequeno grupo que orava, estudava a palavra e louvava a Deus. Este é um grande exemplo a ser seguido.
OS PEQUENOS GRUPOS
Fortalece a comunhão dos membros, onde todos participam de forma descontraída, envolvendo o novo convertido à comunhão da igreja.
O Lar é um ambiente informal e descontraído, o que propicia a livre participação de todos, num clima de amizade e busca de edificação mútua em Cristo e uns aos outros.
A bíblia traz muitas referências que fortalecem a adoção dos pequenos grupos nos lares como forma eficiente e eficaz de evangelização de discipulado: Atos 5.42; Atos 12.12; Atos 28.30,31; I Co. 16.19 e Colossenses 4.15.
A missão dos pequenos grupos é:
1. Cuidar (Discipular o novo convertido no caráter cristão )

2. Acompanhar o novo convertido até sua maturidade Cristã

3. Formar novos grupos de discipuladores



JUDÉIA E OS QUE ESTÃO PERTO DE NÓS

Todo cristão tem sempre um membro da família, um amigo, um colega de trabalho ou conhecido que não é cristão. Compartilhar o Evangelho com os outros é sempre difícil. Compartilhar o Evangelho se torna ainda mais difícil quando isto envolve alguém bem próximo. A Bíblia nos diz que algumas pessoas se sentirão ofendidas com o Evangelho (Lucas 12:51-53). Causa ainda mais problemas o risco de ofender alguém com quem você tem contato freqüente. Entretanto, a ordem a nós dada foi para que compartilhemos o Evangelho: não há desculpas para não fazê-lo (Mateus 28:19-20; Atos 1:8; I Pedro 3:15). Então, como podemos evangelizar os membros de nossa família, amigos, colegas de trabalho e conhecidos? A coisa mais importante que você pode fazer é orar por eles. Ore para que Deus mude seus corações e abra seus olhos (II Coríntios 4:4) à verdade do Evangelho. Ore para que Deus os convença de Seu amor por eles e sua necessidade de salvação através de Jesus Cristo (João 3:16). Ore por sabedoria em como você pode ministrar a eles (Tiago 1:5). Além de orar, você também precisa viver uma vida cristã santa na presença deles, para que possam ver a mudança que Deus já fez em sua própria vida (I Pedro 3:1-2). 


Depois de tudo o que foi dito, você deve estar desejoso e destemido para compartilhar o Evangelho. Proclame a mensagem de salvação através de Jesus Cristo a seus amigos e família (Romanos 10: 9-10). Esteja sempre preparado para falar de sua fé (I Pedro 3:15), fazendo-o com meiguice e respeito. Por fim, devemos deixar a salvação de nossos amados na dependência de Deus. É o poder e graça de Deus que salva as pessoas, não nossos esforços. A melhor e maior coisa que podemos fazer é orar por eles, a eles testemunhar e viver uma vida cristã perante cada um deles!


SAMARIA E OS DESPREZADOS

Podemos evangelizar de diversas formas usando a criatividade. No entanto, a mensagem que devemos passar é a mensagem Bíblica, genuína e pura, que mostra a graça de Deus em enviar Jesus Cristo para a salvação do ser humano.
Vou lhe citar algumas das principais formas de evangelizar (mas existem muitas outras):

Nosso testemunho pessoal: Vivendo o evangelho verdadeiramente no dia a dia seremos luz na vida das pessoas. Deus usa o nosso exemplo de vida para abençoar vidas. O bom testemunho dos cristãos às vezes fala mais alto para as pessoas do que palavras. Viva o evangelho e sua vida evangelizará as pessoas.

Nosso testemunho de conversão: Se tiver oportunidade conte às pessoas o que Jesus fez por você. A maioria das pessoas têm curiosidade de saber por que somos diferentes em nossas ações, e é nesse momento que você poderá contar o seu testemunho de conversão, de como Jesus mudou a sua vida.

Folhetos:Entrega de mensagens em forma de folhetos para as pessoas lerem a mensagem do evangelho. O folheto é uma forma interessante de dar uma pequena porção da mensagem do evangelho a alguém e, quem sabe, aprofundar essa mensagem em encontros de discipulado.

Existe uma infinidade de outras formas de evangelizar. Acho muito importante que você ore pedindo a Deus para lhe usar da forma que Ele quiser. Ore por pessoas do seu circulo de amizades, não desista delas. Peça oportunidades a Deus. Esteja preparado para evangelizar. Esteja em comunhão com Deus, e: seja corajoso!

OS CONFINS DA TERRA E OS POVOS NÃO ALCANÇADOS

O planeta terra é o limite de nossa evangelização. A nossa missão aqui só terminará quando chegar aos confins da terra (cf. Mt 24.14). Mas o que são e onde estão os confins da terra? Segundo um dos mais completos dicionários da língua portuguesa, Caldas Aulete, confins significam "os lugares mais remotos". Convém lembrar que o conceito de confins da terra da maioria das pessoas nos tempos bíblicos não era o mesmo conceito de Jesus e do Espírito Santo. A concepção geográfica dos cristãos primitivos era limitada. Paulo, por exemplo, mostrou-se desejoso de ir à Espanha (Rm 15.24,28), naturalmente porque entendia que ali fossem os confins do extremo ocidental da terra. Em se tratando de evangelização, devemos entender esses lugares mais remotos não somente como nações, no sentido político-geográfico do termo, pois em Atos 1.8 "terra" é mais que universalidade concebida de forma geográfica. É geografia sim, mas também é etnia. A missão da igreja contemporânea é a missão para todos os povos; missão transcultural que envolve, por exemplo, os índios não alcançados do Brasil. Cerca de cem tribos brasileiras ainda não possuem presença evangélica. Elas estão na região do Mato Grosso, Rondônia e Amazonas. Lembremos ainda dos povos que estão na chamada "Janela 10x40" (expressão usada para indicar as linhas imaginárias entre o paralelo de 10 graus e 40 graus ao norte, acima da linha do Equador, cobrindo a área que se estende da África Ocidental, passando pela Ásia até o Japão). É nessa área que vivem 95% dos povos não alcançados do mundo. São 37 países de maioria muçulmana, hindu e budista. Juntos totalizam mais de dois bilhões de habitantes que jamais ouviram falar do evangelho. E o que você e eu podemos fazer? Simplesmente obedecer a ordem de Cristo de ir por todo mundo e pregar o evangelho até aos confins da terra. É verdade que nem todos os salvos são chamados por Deus para sair de sua terra, de sua parentela e ir a um lugar desconhecido como missionário. Porém, todos aqueles que são salvos em Cristo foram comissionados a serem missionários onde estão. Além disso, somos responsáveis pelo bem-estar espiritual e financeiro daqueles que foram em nosso lugar.

A CHAMADA E O PREPARO PARA MISSÕES

Estamos vivendo em um tempo marcado pela globalização, relativismo, pluralismo – uma cultura humanista e individualista. A sociedade se materializou, os sistemas totalitários e as religiões fundamentalistas inibem e perseguem o avanço do evangelho. O descrédito do cristianismo no ocidente e sua rejeição no oriente nos conclamam a rever nosso modelo missionário. Não podemos mais cumprir a missão apenas pela proclamação, pelo modelo gerencial, ou transplantando a placa denominacional para fincar a bandeira, como fizeram os colonizadores.
Os países fechados, como a China e muitos outros onde a missão Portas Abertas trabalha, nos fazem refletir sobre um modelo de missões que seja eficiente e alcance as pessoas dentro do seu contexto religioso e sociocultural.
A antropologia missionária tem estudado a realidade de cada povo e as variadas formas de contextualizar a mensagem, dando ênfase ao preparo do missionário do século XXI, para que ele possa cumprir a missão de forma relevante e eficaz.
Para oferecer um preparo de qualidade, alcançando o ser pessoal na sua integralidade, o missionário deve ser formado em quatro dimensões.
Preparo acadêmico - mente de um teólogo. O missionário precisa saber pensar teologicamente, não apenas para expor as verdades da revelação divina, mas para fazer a apologia, saber coordenar os argumentos da fé cristã diante dos opositores, diante dos inquiridores e dos sedentos da verdade, como o etíope, que queria entender, mas precisava de alguém que lhe fizesse a explanação clara e compreensível da Palavra Sagrada. Filipe expôs-lhe a Escritura. Ele se ateve à revelação veterotestamentária, fazendo a interpretação correta da Palavra, colocando a verdade do texto frente ao cumprimento da promessa. E, assim, anunciou-lhe Jesus. não a sua eclesiologia institucionalizada, mas o Cordeiro, o servo sofredor, o redentor do mundo (At. 8.30-35; I Pd.3.15).
Desenvolvimento espiritual - coração de um místico. O missionário deve ser treinado nas  faculdades íntimas, no campo da espiritualidade, na relação com Deus. Antes de qualificar-se em qualquer matéria, deve ser diplomado nas disciplinas espirituais, na prática do momento devocional, ou sozinho com Deus; aguçar a audição espiritual; desenvolver a prática da oração, para fazer da comunicação com o Pai a principal obra do ministério; concentrar-se na adoração e, através do louvor, expressar um coração grato, encontrando em Deus a plena satisfação e o sentido da vida; encontrar-se com Deus e ser encontrado em Deus, para expressar a sua vida aos homens (Mt. 6.6-8; Js.1.8; Fp.3.8-11).
Treinamento prático - coragem de um desbravador. Expor os vocacionados à prática é dar-lhes a oportunidade de desenvolver a coragem. Eles precisam ser ousados, como foram e são os pioneiros que ultrapassam as fronteiras,  principalmente aqueles que trabalham em campos de risco e se expõem em países onde há perseguição. O missionário necessita ser corajoso para enfrentar o perigo, as frustrações, as dificuldades do próprio ministério. Coragem para encarar o desconhecido, para deixar a família, irmãos e amigos e viver com um povo de costumes diferentes; coragem para ir com o sustento mínimo e sem certeza que lhe dê segurança de coisa alguma, exceto a certeza da fé naquele que o envia e que é fiel para guardá-lo e preservá-lo firme, com a mão no arado, sem olhar para trás, até cumprir o ministério que recebeu do seu Senhor (Js. 1.9; At. 20.24).
Vivência grupal - humildade de um santo. Desde o tempo de preparo, o vocacionado é chamado a fazer de um grupo de irmãos, até então desconhecidos, a sua família. No campo, a realidade é a mesma. o modelo de trabalho em equipe continua sendo a melhor forma de servir. Este tem sido um grande desafio para todos os enviados, principalmente para os solteiros que se agregam a famílias. A convivência com pessoas de diferentes níveis de educação, cultura, pontos doutrinários divergentes, com dons distintos e diferentes na formação não é nada fácil. É necessário ser tratado na personalidade, trabalhado nas emoções e treinado na humildade (Mt.11.29-30; Jo.13.4-17).
O equilíbrio nessas áreas de preparo é fundamental, para que o obreiro não tenha de que se envergonhar (caráter, atitudes e valores) e seja capaz de manejar bem (capacitação e habilidade) a Palavra da Verdade (II Tm. 2.15).

FONTES DE PESQUISA


http://cpadnews.com.br/obreiro-aprovado/793/a-missao-da-igreja-no-novo-seculo-e-cumprir-o-ide.html
http://ieadjo.com/materias/evangelizacao-atraves-de-pequenos-grupos
https://www.esbocandoideias.com/2011/06/vocepergunta-como-evangelizar.html
https://www.portasabertas.org.br/noticias/2012/2/1423874/

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