Galera de Cristo 02 - A Divindade e Humanidade do Messias

" O Espírito Santo virá sobre você,  e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus
Lucas 1.35


O HOMEM JESUS


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Ao estudarmos as duas naturezas de Cristo, vamos perceber que Ele é o Deus-homem. Possui uma natureza humana e uma natureza divina. Cristo é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. Com essas duas naturezas, Ele não deixa de ser uma pessoa. 

Para realizar a sua missão Cristo tinha que possuir duas naturezas, e é isso que veremos neste estudo. 

1º. OS NOMES DE JESUS. 

a) Jesus. Em Hebraico é Joshua (Josué), que significa “Salvador” ou o “Senhor salva”. Não é um título, mas é o nome pessoal de Jesus. Foi o nome dado pelo próprio Deus, seu Pai. Esse nome é a certeza que os pecados de quem crê, serão perdoados. Mt 1.21 

b) Cristo. É um título de Jesus, é o nome oficial do Messias. É o mais importante de todos os seus nomes. Significa “O Ungido”. Este título significa que Cristo foi separado e ungido para uma missão especial – Morrer na Cruz para salvação da humanidade. Mt 16.16 

c) Filho do Homem. Era a maneira como Jesus se reconhecia. Em 40 ocasiões, se denominou filho do homem. Este título significa que Jesus sabia que era o ungido de Deus para a missão de salvar o mundo dos seus pecados. Mt 16.27,28; Mt 17.22 

d) Filho de Deus. Significa que é o representante de Deus na terra, divino por seu nascimento sobrenatural. Como Filho de Deus, era um com o Pai. Mc 1.1 

e) Senhor. É o titulo respeitoso pelo qual devemos tratar Cristo, porque Ele é Deus e autoridade sobre o discípulo. É um titulo de honra dado a Cristo. Mt 8.2; Lc 2.11 

Esses títulos mostram quem Cristo é e como devemos nos relacionar com Ele. 

2º. AS DUAS NATUREZAS. 

a) A NATUREZA DIVINA. 

O fundamento do Evangelho está na afirmação de que Jesus é o divino Filho de Deus, pois por essa divindade alcançou a salvação para o ser humano por meio de Sua morte na Cruz do Calvário. 

Como divino Cristo não é criado, mas da mesma essência de Deus. Um em essência com o Pai. 

Como divino, possui algumas características: 

- É eterno. Existia com o Pai desde a eternidade. Jo 1.1-3 
- É preeminente em Tudo. Fp 2.9-11
- É Senhor da Glória. Tg 2.1 
- É Senhor do Sábado. Está acima da religião. Mc 2.28 
- Toda plenitude da divindade habita Nele, por isso, podemos confiar no que Ele fez, faz e fará por nós. Cl 1.19 
- Somente Jesus, em Sua divindade, tinha poder para anunciar a palavra de Deus, realizar milagres e perdoar pecados. Mc 2.2,5,9,10,11,12 

b) A NATUREZA HUMANA. 

A natureza humana de Jesus nos aponta pelo menos três verdades: 

1º Se não tivesse uma natureza humana, não haveria salvação, pois o Filho de Deus deveria sofrer na carne e morrer na Cruz para salvação da humanidade. Hb 2.16,17 

2º Se não tivesse uma natureza humana, não poderia ser o nosso sacerdote substituto. Hb 2.14-18 

3º Se não tivesse uma natureza humana, não poderia sofrer e ser tentado como os homens e ajudá-los em suas fraquezas e tentações. Hb 2.18;4.15,16 

O Nascimento virginal. 

Cristo nasceu de uma virgem pela obra do Espírito do Espírito Santo. O nascimento de Jesus foi obra de Deus. O nascimento de uma virgem é a prova da humanidade de Jesus. Mt 1.18,20. Como humano, nasceu e cresceu como qualquer outro. Lc 2.7, 40. 

A importância do nascimento virginal está nas seguintes colocações:

1º Mostra-nos a união da natureza humana com a divina. Ele é homem e Deus pelo nascimento da virgem. Homem, porque nasceu de uma mulher Gl 4.4, e Deus, porque foi concebido no ventre da virgem pelo Espírito Santo. 

2° Mostra-nos um ser humano sem pecado. Todos os homens nascidos são pecadores. Rm 5.17,19. Cristo, mesmo tendo nascido de uma mulher pecadora, não recebeu a transmissão do pecado, pois foi concebido pelo Espírito Santo. Lc 1.35 

Em sua humanidade Jesus era limitado ao tempo e espaço. Chorou, irou-se, angustiou-se, mas não pecou. O fato de não ter pecado, foi a garantia de nossa salvação. O sangue derramado na cruz foi de um homem sem pecado. 

c) A NECESSIDADE DAS DUAS NATUREZAS 

1º NATUREZA DIVINA. 

- Cumprir perfeitamente a Lei. Rm 7.14-25 
- Suportar o pecado e a Ira de Deus. Mt 27.46 
- Apresentar um sacrifício prefeito a Deus. Hb 7.3, 24-28 

2º NATUREZA HUMANA. 

- Ser um homem sem pecado. Hb 7.26,27 
- Sofrer como homem para pagar a pena do pecado. Jo 12.27; Hb 2.14 
- Representar o povo como o segundo Adão. Rm 5.15-19 

Esse estudo mostrou que Jesus era, de fato, o Deus-homem. Algumas pessoas que o conheceram achavam que ele era apenas humano, outras, que ele era divino, o Evangelho une a humanidade e a divindade para mostrar que Cristo era o Deus que morreria para salvar a humanidade.

A base da união das naturezas divina e humana em Cristo
O homem foi criado semelhante a Deus (Gen. 1.27). É possível inferir que Deus criou o ser humano à sua imagem para que depois viesse a encarnar em um ser que lhe fosse semelhante. Deus criou o homem de tal modo que pudesse haver uma íntima comunhão entre o homem e o seu criador. E isto é mais próprio entre seres semelhantes. A criação, por Deus, de um ser semelhante a ele, nos faz pensar que a encarnação de Cristo como homem já fazia parte do plano de Deus desde a eternidade.
Uma só personalidade
Jesus não é duas pessoas – uma sendo Deus e a outra sendo um homem. Não há “o homem Jesus” separado “do Deus Jesus”. Jesus não tinha (e nem tem) dupla personalidade. Desde que encarnou, ele é uma só pessoa, porém, dotada de duas naturezas: uma divina e outra humana. É importante ressaltar que a natureza humana de Jesus só passou a existir depois de sua encarnação. Antes, ele era A Palavra (Gr. Logos), e ainda não possuía natureza humana. Ele já existia como Deus, antes de ter nascido de Maria como ser humano (João 8.58). Quando encarnou, passou a possuir também a natureza humana. Em sua existência como ser encarnado, a natureza humana crescia junto com a natureza divina em Jesus Cristo. Neste aspecto, Jesus Cristo é único. Não há outra pessoa igual ou semelhante a ele.
A necessidade da encarnação do Logos
O livro de Hebreus nos diz que era necessário que Jesus Cristo – A Palavra de Deus (Gr. Logos) – se tornasse um homem, para que ele pudesse ser o verdadeiro mediador entre os seres humanos e Deus. A encarnação era necessária para que se estabelecesse a reconciliação entre o homem e Deus.
“Por essa razão era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus, e fazer propiciação pelos pecados do povo. Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados.” (Heb. 2.17-18. NVI)
“Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.” (Heb. 4.15. NVI)
A indissolubilidade eterna da união das duas naturezas
Quando Jesus (que já existia eternamente como Deus) encarnou, uniram-se nele as duas naturezas de uma vez para sempre. Ele se tornou nosso sacerdote diante de Deus. Um sacerdote é um homem que intercede a Deus pelos demais. E Cristo, como homem, é nosso sacerdote eterno e definitivo:
“Mas, visto que vive para sempre, Jesus tem um sacerdócio permanente. Portanto, ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles. É de um sumo sacerdote como este que precisávamos: santo, inculpável, puro, separado dos pecadores, exaltado acima dos céus. Ao contrário dos outros sumos sacerdotes, ele não tem necessidade de oferecer sacrifícios dia após dia, primeiro por seus próprios pecados e, depois, pelos pecados do povo. E ele o fez uma vez por todas quando a si mesmo se ofereceu. Pois a Lei constitui sumos sacerdotes a homens que têm fraquezas; mas o juramento, que veio depois da Lei, constitui o Filho perfeito para sempre.” (Heb. 7.24-28. NVI)
O apóstolo Paulo nos diz, em 1 Timóteo 2.5, que o homem Jesus Cristo é o nosso mediador diante de Deus. Tanto Paulo quanto o escritor de Hebreus usam o tempo presente, indicando que HOJE e no futuro eterno Jesus possui e continuará possuindo a natureza humana, juntamente com a divina. Desde que se tornou um homem, Jesus Cristo não deixou mais de ser o Deus-homem. Está hoje mesmo junto ao Pai, como homem e como Deus. João teve uma visão do céu, e viu alguém “semelhante a um filho de homem” (Apoc. 1.13). Este alguém que ele viu, pelo contexto, era Jesus – aquele que vive; que esteve morto, mas agora está vivo para todo o sempre (Apoc. 1.18). Isto demonstra biblicamente que Jesus continua hoje com sua natureza humana, e assim continuará para sempre.
O nascimento virginal
A concepção de Jesus como ser humano foi sobrenatural. O anjo disse a Maria: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus.” (Lc. 1.35. NVI). Jesus foi concebido numa virgem – sem a presença de sêmen masculino. Sua concepção se deu por ação do Espírito Santo, de modo que, embora Jesus tenha herdado material genético de Maria (para que ele fosse descendente de Davi como ela era), a ação do Espírito Santo foi tão poderosa e sobrenatural que Jesus não herdou o pecado original, nem de Maria nem dos antepassados dela. Não houve transmissão de depravação ou de culpa de Maria para Jesus. Sem o poder do Espírito Santo, a natureza humana de Jesus seria tão pecaminosa quanto a nossa. Porém, ele foi concebido sem pecado, como foi Adão. Por isso Paulo o chama de “último Adão”:
“O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente’; o último Adão, espírito vivificante. Não foi o espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o espiritual. O primeiro homem era do pó da terra; o segundo homem, dos céus.” (1º Cor. 15.45-46. NVI)
É importante destacar que o nascimento virginal de Jesus não era necessário para que Cristo fosse Deus. Jesus poderia ter sido concebido com a participação masculina, e mesmo assim, pela ação do Espírito Santo, seria Deus e santo, pois, como já se disse, ele já existia como Deus antes de encarnar. Porém, seu nascimento virginal reforça para nós a verdade de que a sua natureza humana é única e especial.
O nascimento virginal de Jesus nos lembra que a salvação é sobrenatural. Deus foi capaz de realizar algo impossível aos homens (fazer alguém ser concebido sem sêmen masculino), assim como é capaz de conceder novo nascimento a pecadores – o que também é impossível a homens. Nenhum ser humano seria capaz de introduzir o Salvador no mundo, assim como ninguém pode garantir sua própria salvação, nem a de outros.
O nascimento virginal também aponta que a salvação é um ato soberano de graça da parte de Deus, porque, apesar de que Maria possuía qualidades que Deus poderia usar (como fé e dedicação), não havia mérito especial nela para ter sido escolhida para ser a mãe (humana) de Jesus. Ela não possuía sequer um marido. E assim mesmo foi escolhida, por pura graça de Deus; da mesma forma são escolhidos os que estão sendo salvos – sem mérito próprio algum.
O homem sem pecado
Jesus foi o único ser humano que não pecou. A Bíblia é bem clara quanto ao assunto; ele foi tentado em tudo, mas jamais pecou: “… passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.” (Heb. 4.15. NVI). Jesus é descrito como um sumo sacerdote santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e mais alto que os céus (Heb. 7.26). Pedro – que o conhecia muito bem – declarou que ele é “O Santo de Deus” (João 6.69) e também disse que ele não cometeu pecado (2ª. Pedro 2.2). João disse que em Jesus “não existe pecado” (1ª João 3.5). E Paulo disse que ele “não conheceu pecado” (2ª Cor. 5.21).
O próprio Jesus afirmou que não era pecador: “Qual de vocês pode me acusar de algum pecado?” (João 8.46. NVI). Os fariseus o acusaram de blasfêmia por perdoar pecados (um ato exclusivo de Deus), porém, ele não cometeu blasfêmia, pois, sendo Deus, podia sim perdoar pecados.
A natureza humana de Jesus, portanto, não é igual à nossa. A nossa natureza humana foi corrompida e danificada; não é uma humanidade pura. A humanidade de Jesus é a verdadeira humanidade. Como disse Langston (1983)[1]: “Jesus não é humano como nós; ele é mais humano”.
A humanidade de Jesus é aquela que Deus planejou para nós e o padrão pelo qual nós seremos medidos. Ninguém pode produzir esta humanidade pura por esforço próprio. Nem mesmo pela tentativa de imitação de Jesus, alguém poderá atingir esta humanidade pura. A imitação do comportamento e de algumas ações de Jesus Cristo sem dúvida fará o cristão crescer na fé e na ética; porém, nem mesmo assim, ele conseguirá alcançar uma natureza humana semelhante à de Jesus. Ela, porém, será dada a alguns, pelo poder e graça de Deus, quando da ressurreição. Pelo poder de Deus, aqueles que nasceram de novo pela fé ressuscitarão com uma natureza humana semelhante à de Cristo, capazes de resistir às tentações e não pecar. Surgirá uma nova e verdadeira humanidade – a humanidade dos filhos de Deus.
Enfim, Jesus é um ser único, pois possui duas naturezas (divina e humana) em uma só pessoa; Era necessário que Deus se tornasse homem, para que nós tivéssemos um sacerdote perfeito (sem pecado) e eternamente eficaz; quando o Logos de Deus se tornou humano, ao nascer da virgem Maria, passou a possuir eterna e indissoluvelmente as duas naturezas – divina e humana; e Jesus é o único ser humano que não pecou, possuindo uma humanidade pura, diferente da nossa, a qual é deturpada pelo pecado. Esta humanidade será restaurada naqueles que creram em Jesus Cristo e assim se tornaram filhos de Deus.
E nunca é demais lembrar que:
“Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje, e para sempre.” (Heb. 13.8)
Louvado seja o seu nome.

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