Lição 03 - Somos Uma só Carne. E Agora?


"Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, não separe o homem" - Mateus 19.6


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CONCEITUANDO A EXPRESSÃO "UMA SÓ CARNE"


O termo “uma carne” vem da descrição de Gênesis da criação de Eva: “Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam” (Gênesis 2:21-25). 

O termo “uma carne” significa que assim como o nosso corpo é inteiro e não pode ser dividido em pedaços e ainda ser um inteiro, assim também Deus estabeleceu o relacionamento matrimonial. Não há mais duas entidades (dois indivíduos), mas agora há apenas uma entidade (um casal). Essa nova união tem várias características.

Quanto à duração da união, Jesus diz que Deus criou o casamento para que o casal permanecesse juntos até que a morte os separassem (Mateus 19:6). Quando divórcio acontece contrário ao plano de Deus, você não tem dois “inteiros”, mas sim duas metades que foram separadas bruscamente uma da outra. Quanto a ligações emocionais, a nova unidade é mais importante do que todos os relacionamentos prévios e futuros (Gênesis 2:24ª). Algumas pessoas, mesmo depois de casados, dão mais atenção ao seu relacionamento com seus pais do que ao seu cônjuge. Essa é uma receita para desastre em um casamento e é uma distorção da intenção original de Deus de “deixar e unir”. Um problema semelhante pode desenvolver quando o marido ou a esposa começa a se aproximar de um filho/a com a intenção de que ele/a cuide de suas necessidades emocionais, ao invés de depender de seu cônjuge. 

Emocionalmente, espiritualmente, intelectualmente, financeiramente e de toda outra forma, o casal deve se tornar um. Assim como uma parte do corpo cuida das outras partes (o estômago digere comida para o corpo, o cérebro dirige o corpo para o bem do corpo inteiro, as mãos trabalham a favor do corpo, etc.), assim também cada parceiro do casamento deve mostrar carinho e cuidado um pelo outro. Cada um não deve ver dinheiro ganho como “meu” dinheiro, mas sim como “nosso” dinheiro. Efésios 5:22-23 e Provérbios 31:10-31 demonstram esse princípio de “unidade” colocado em prática para o marido e sua esposa respectivamente.

Fisicamente: Eles se tornam uma só carne e o resultado de ser uma só carne pode ser encontrado nos filhos que essa união produz; esses filhos agora contêm informação genética como resultado dessa união. E até mesmo no aspecto sexual desse relacionamento, eles não devem considerar seus corpos como pertencentes a si mesmo, mas ao seu cônjuge (1 Coríntios 7:3-5). Eles também não devem se focalizar em seu próprio prazer, mas em dar prazer ao seu cônjuge.

Essa união e a busca do que é melhor para o outro não é uma coisa automática, principalmente depois da queda da humanidade em pecado. O homem, em Gênesis 2:24, é ordenado a “unir-se” a sua esposa. Essa palavra representa duas idéias. Uma é a de ser “colado” em sua esposa, um retrato de quão estreito o relacionamento matrimonial deve ser. O outro aspecto é o de “perseguir/conquistar sua esposa persistentemente”. Essa idéia de “perseguir” deve ir além do namoro que leva ao casamento e deve continuar por todo o casamento. A tendência da carne é a de fazer o que “me faz sentir bem”, ao invés de considerar o que vai beneficiar seu cônjuge. Esse tipo de egoísmo é um problema comum que surge no casamento quando a “lua-de-mel acaba”.

Por mais legal que seja viver juntos cuidando das necessidades um do outro, Deus tem um propósito mais importante para o casamento. Assim como eles estavam servindo a Cristo com suas vidas antes do casamento (Romanos 12:1-2), agora devem servir a Cristo juntos como uma unidade e criar seus filhos para servir a Deus (1 Coríntios 7:29-34; Malaquias 2:15; Efésios 6:4). Priscila e Áquila, em Atos 18, são um bom exemplo disso. À medida que um casal almeja a servir ao Senhor juntos, o gozo que o Espírito dá vai encher o seu casamento (Gálatas 5:22-23). No jardim do Éden, três pessoas estavam presentes (Adão, Eva e Deus) e gozo fazia parte desse relacionamento. Portanto, quando Deus está no centro do casamento nos dias de hoje, também vai haver gozo. Sem Deus, uma união duradoura não é possível.

DEZ PROPÓSITOS DE DEUS PARA O CASAMENTO

1. Tipificação da união de Cristo e da Igreja

A união que surge quando dois se tornam um, no casamento, é um exemplo de como Jesus Cristo e a “Noiva” (que simboliza a igreja de Cristo) se tornam um no Reino de Deus. No casamento deve existir harmonia e a prioridade de cada um deve ser sempre a felicidade dos dois. Deixa de existir o “eu” e “você” e passa a existir apenas um “nós”.

2. Ser um reflexo da união da divindade

Nós fomos criados à imagem e semelhança da divindade. A união do casal deve ser um reflexo da forma como Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo são um no seu propósito. A harmonia deve ser total e, por isso, o foco do casal deve ser esse amor que os une. Quando um casal está unido então todas as tempestades poderão ser bem mais fáceis de ultrapassar.

3. Encher a terra com a Sua glória

Quando o Senhor diz a Adão e Eva para se multiplicarem isto significa que eles, dessa união, deverão formar uma família e criar uma geração temente a Deus. Ele também deu o mandamento de não serem preguiçosos mas, sim, trabalharem e darem bom fruto com esse trabalho.

4. Encontrar apoio espiritual

Em mais nenhum lugar no mundo nós poderemos encontrar maior conforto espiritual do que no seio da nossa família. A função do homem e da mulher é de, quando casados, darem apoio um ao outro; quando um está mais em baixo será a função do outro ajudá-lo a erguer. A nossa força espiritual cresce muito mais quando estamos casados e, principalmente, quando uma família é unida nesse propósito.

5. Encorajar uns aos outros na sua vocação

Marido e mulher têm a oportunidade de serem a principal pessoa com o foco de encorajar e apoiar o cônjuge na sua vocação e até ocupação. Mais do que em qualquer outro lado, o encorajamento dado pela pessoa que amamos é capaz de fazer milagres no ânimo e na força de quem está desanimando na sua vocação ou no trabalho.

6. Companheirismo para toda uma vida

Quando duas pessoas se amam e se unem, perante Deus, no casamento, elas se tornam um. Elas tornam-se companheiras para a vida e terão a oportunidade de ter sempre alguém com quem partilhar as tristezas mas, também, todas as alegrias. A solidão não deve existir quando duas pessoas se amam.

7. Tornar-se mais como Jesus Cristo é

Todos nós temos fraquezas; como se costuma dizer – nós somos como um diamante bruto. Para um diamante se tornar aquela pedra bonita e preciosa ele necessita passar por calor intenso, grande pressão e um polimento bem rigoroso para que todas as arestas fiquem refinadas. Sozinhos, polir as nossas arestas, é muito complicado tornar as nossas fraquezas em algo bom, mas quando este trabalho de aperfeiçoamento é feito a dois então tudo é possível.

8. Aprender a amar de forma incondicional

Quando servimos os nossos cônjuges e filhos nós aprendemos, diariamente, a colocar as necessidades de quem amamos acima das nossas próprias necessidades. Aprendemos a servir sem esperar algo em troca e, com o nosso exemplo e serviço, vamos mostrar o que é amar como o Senhor nos ama. Aprendemos, também, que amor é mais do que palavras mas, sim, ações e atos de serviço.

9. O propósito do casal

Todos nós temos um propósito individual, ou uma missão. Deus também dá uma missão ao casal que une o propósito individual do homem e da mulher. Desta forma, Ele permite que ambos cresçam com essa união e possam alcançar todo o seu potencial.

10. Complementaridade

O propósito desta união sagrada não é completar o que falta a cada um. Esta união serve para que cada um, com as suas fraquezas e virtudes, possa trazer algo valioso para o casamento e, juntos, vão criar algo belo e que irá durar para todo o sempre. O casamento não nos completa, mas complementa, acrescenta algo ao que já temos e, com isso, nos permite crescer ainda mais.
A IGREJA COMO NOIVA DE CRISTO
Mas há outra relação familiar, que também retrata essa imensa realidade espiritual―o casamento . O casamento humano entre marido e mulher tinha a intenção de retratar o casamento de Jesus Cristo com a Igreja. Cada um dos cristãos é irmão de Cristo. Mas, coletivamente, constituem a Sua Noiva, agora como noiva ou noivo dEle que futuramente O acompanhará em um relacionamento conjugal divino por toda a eternidade.
O casamento humano foi instituído com o primeiro casal, Adão e Eva. Deus fez Adão cair em um sono profundo, então lhe abriu a carne de um lado e retirou uma costela, da qual fez Eva para ser uma esposa―uma parceira adequada que complementava o homem. Quando Deus a apresentou a ele, Adão disse: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne”
(Gênesis 2:23). Essencialmente, Eva era parte de Adão―de seu próprio corpo.

Deus disse: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (versículo 24ARA). Em certo sentido, isso se refere a uma união física literal, a união sexual. Ele imediatamente percebeu que ambos estavam nus e não se envergonhavam (versículo 25). Mas, figurativamente, também se refere a uma união de vidas em uma profunda união. Jesus disse: “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mateus 19:6).
Inúmeros versículos referem-se à Igreja de Deus como o Corpo de Cristo, que individualmente pode ser comparada às várias partes de um corpo (Romanos12:4-51 Coríntios 12:12-27Efésios 1:22-234:12Colossenses 1:24). E Jesus é a “cabeça do corpo da igreja” (Colossenses 1:18). É por isso que o marido é a cabeça da mulher no matrimônio terreno.
O apóstolo Paulo explica esta relação física e também divinamente espiritual em Efésios 5:22-33: “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido.
“Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja.
“Porque somos membros do seu corpo. Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido”.
Está muito claro que o casamento humano foi instituído com a intenção de representar o relacionamento conjugal definitivo. A união em uma só carne a nível físico tem um paralelo espiritual com a relação especial e íntima de Cristo com o Seu povo. Como Paulo explicou: “Aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele “ (1 Coríntios 6:17ARA).
No entanto, como mencionado, os membros da Igreja ainda não entraram na plenitude do relacionamento conjugal com Cristo. Eles estão atualmente desposados com Ele, com a responsabilidade de permanecer espiritualmente puros. Paulo disse a alguns daqueles que ele tinha ajudado a se converter, “Porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2 Coríntios 11:2).
E quando Jesus Cristo retornar pela última vez, será declarado: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Apocalipse 19:7).
A Nova Aliança, o pacto no qual os seguidores de Jesus Cristo se comprometem com Ele, é de fato uma aliança de casamento. Esta nova aliança havia sido prometida à antiga Israel muito antes de Cristo vir em carne (Jeremias 31). Ela se tornou necessária em virtude do fato de que a nação tinha violado os termos da Antiga Aliança, que Deus havia celebrado com Israel no Monte Sinai―“Porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o Senhor” (versículo 32ARA). Assim, a Antiga Aliança também era uma aliança de casamento.
Então, Israel era a noiva de Deus e é importante compreender que Aquele que os israelitas conheciam como Deus no período do Antigo Testamento era Quem, mais tarde, nasceria como Jesus Cristo (ver 1 Coríntios 10:4 e nossos livros gratuitos Deus é uma Trindade?, Quem é Deus? e Jesus Cristo: A Verdadeira História ). A Noiva de Cristo era, portanto, Israel, mas a nação quebrou seus votos de casamento―adorando a outros deuses, que Deus enxergou como fornicação e adultério espiritual (Levítico 17:7Jeremias 3:16).
A Antiga Aliança terminou com a morte de Jesus Cristo. Porém, o Cristo ressuscitado ainda pretendia se casar com Israel, mas sob uma Nova aliança―um novo acordo de casamento. Essa aliança é para todas as pessoas, mas todos devem se tornar israelitas, espiritualmente, através de Cristo. A Igreja é a Israel espiritual―a precursora do relacionamento da Nova Aliança. 
Deus também mencionou no Antigo Testamento de ser casado com a cidade de Jerusalém, a qual representava toda a Israel (Ezequiel 16). Da mesma forma, a futura Nova Jerusalém é referida como “a noiva, a esposa do Cordeiro” (Apocalipse 21:9-10ARA). Isso é porque ela será composta de todos os que são fiéis a Deus, sendo a morada eterna de Deus e Seu povo. Devemos lembrar que a própria Igreja é chamada de “morada de Deus no Espírito” (Efésios 2:22)―tal como o Pai e Cristo vivem dentro de seus membros por meio do Espírito Santo.
Que todos nós possamos permanecer fiéis hoje, olhando para a frente e vislumbrando antecipadamente uma eternidade de felicidade e de perfeita união com Jesus Cristo na família de Deus!
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