Lição 07 -Pais Curados, Filhos Sadios


"Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, atá quando envelhecer, não se desviará dele" - Provérbios 22.6

Texto Bíblico Básico: Deuteronômio 6.1,5-12


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A IMPORTÂNCIA DO LAR NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA


Eduque seu filho no conhecimento da Bíblia.

Não podemos fazer nossos filhos amarem a Bíblia, eu sei disso. Ninguém além do Espírito Santo pode dar a eles um coração que se deleite com a Palavra. Mas podemos fazer com que nossos filhos fiquem familiarizados com a Bíblia; e pode ter certeza de que nunca será cedo demais para fazê-lo, e eles nunca estarão familiarizados demais para você dar a tarefa por encerrada.

Deixe que a Bíblia, simplesmente, seja tudo na educação de suas almas; e que todos os outros livros fiquem em segundo lugar. Faça com que seus filhos leiam a Bíblia reverentemente; em verdade ela é a Palavra de Deus. E faça com que a leiam regularmente. Fale a eles do pecado, de sua culpa, das consequências, do seu poder, de sua vileza — você verá que são capazes de compreender algo a esse respeito. Fale a eles do Senhor Jesus Cristo, do Seu amor, da Sua obra para nossa salvação — Sua cruz, Seu sangue derramado, Sua ressurreição, ascensão e breve retorno. Em tudo você descobrirá algo que não estará além da compreensão deles.

Eduque-os no hábito da oração.

Se você ama seus filhos, faça tudo o que estiver ao seu alcance para educá-los no hábito da oração. Mostre a eles como devem começar. Diga a eles o que devem falar. Encoraje-os a perseverarem. Faça com que se lembrem, caso se tornem descuidados e negligentes neste assunto. Assim como os primeiros passos em qualquer atividade são os mais importantes, o mesmo acontece com a maneira como as orações de nossos filhos são feitas, um assunto que merece nossa maior atenção. São poucos os que parecem compreender o quanto depende disto. Devemos estar atentos para que não passem a fazer suas orações de uma maneira precipitada, descuidada e irreverente.

 Querido leitor, se você ama seus filhos, eu lhe rogo que não deixe passar a época do plantio da semente do hábito de orar. Eduque-os a se reunirem com o povo de Deus numa maneira bíblica. Diga a eles que onde o povo do Senhor estiver reunido ao Seu nome, ali o Senhor Jesus está presente de uma maneira especial, e que aqueles que se ausentam, como o apóstolo Tomé, devem saber que estão perdendo uma bênção. “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns” (Hb 10:25).
 Não permita que cresçam com o hábito de decidir se querem ou não ir às reuniões. Tampouco gosto de ver aquilo que chamo de “cantinho dos jovens” em uma assembleia. Ali eles com frequência adquirem o hábito de ficar desatentos e irreverentes, o qual leva anos para perder, se é que conseguem perdê-lo. Gosto de ver todos os membros de uma família sentados juntos. “Havemos de ir com os nossos meninos, e com os nossos velhos; com os nossos filhos, e com as nossas filhas... porque festa do Senhor temos” (Êx 10:9). Também não deveríamos desperdiçar levianamente o Dia do Senhor transformando-o em um dia de recreação e proveito próprio.

 Eduque-os para que lhe obedeçam, mesmo que muitas vezes não saibam o porquê.

Devemos ensiná-los a aceitar tudo aquilo que exigimos deles como sendo para seu próprio bem. Tenho ouvido alguns dizerem que nunca deveríamos exigir das crianças coisas que elas não possam entender; que deveríamos explicar e dar uma razão para tudo o que desejamos que façam. Eu o alerto solenemente contra tal conceito. E vou mais além: creio que se trata de um princípio mau e sem base nas Escrituras. É, sem dúvida alguma, um absurdo fazer mistério de tudo o que fazemos, e há muitas coisas que é melhor que expliquemos às crianças, a fim de verem que são coisas sábias e razoáveis. Porém, criá-las com a ideia de que não devem receber nada sem antes se certificarem — que elas, com sua compreensão fraca e imperfeita, devem ter antes os “por quê?” e os “qual o motivo?” claramente explicados para cada passo que devem dar — trata-se, isto sim, de um temível engano que provavelmente trará um péssimo efeito à mente das crianças.

Coloque diante de seus filhos o exemplo de Isaque quando Abraão levou-o para oferecer sobre o Monte Moriá (Gn 22). Ele perguntou a seu pai simplesmente: “Onde está o cordeiro para o holocausto?” E não recebeu outra resposta além desta: “Deus proverá para Si o cordeiro para o holocausto, meu filho”. Como, quando, de onde, de que maneira, ou por que meios — nada disso foi dito a Isaque; mas a resposta foi suficiente. Ele creu que tudo estaria bem, pois seu pai lhe dissera, e ficou satisfeito com isso.

Eduque-os no hábito de uma pronta obediência.

Isso compensa o trabalho que dá. Creio que nenhum hábito tem maior influência em nossa vida do que este. Esteja determinado a fazer com que seus filhos lhe obedeçam, mesmo que isso possa custar a você mais trabalho, e a eles mais lágrimas. Que não haja questionamento, argumentação ou disputa, e que eles não procedam de modo a ganhar tempo.

Quando você der uma ordem, faça com que vejam claramente que sua vontade tem que ser cumprida. A característica de uma criança bem educada é fazer tudo o que seus pais ordenam. Pois onde estará a honra de que fala Efésios 6.1-3, se os pais não são obedecidos alegremente, prontamente e de boa vontade? (leia também Cl 3:20).

A obediência que começa cedo conta com todas as Escrituras a seu favor. No elogio que é feito a Abraão não diz apenas que ele iria educar seus filhos, mas “ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele” (Gn 18:19). Acerca do Senhor Jesus foi dito que, quando jovem, era sujeito a Maria e a José (Lc 2:51). Repare que o apóstolo Paulo menciona a desobediência aos pais como um dos maus sinais dos últimos dias (2 Tm 3:2). Você deseja ver seus filhos felizes? Cuide de educá-los para que obedeçam quando recebem uma ordem. Creia-me, não somos feitos para uma completa independência; não servimos para isso. Mesmo os libertos de Cristo têm um jugo para levar — servem a Cristo, o Senhor (Cl 3:24). Nunca é cedo para as crianças aprenderem que este é um mundo onde não podemos querer mandar, e que nunca estaremos em nosso devido lugar enquanto não aprendermos como obedecer. Ensine-os a obedecer enquanto são jovens, ou mais tarde estarão, pelo resto da vida, em guarda contra Deus, dominados pela vã ideia de serem independentes do Seu controle. Você encontrará muitos em nossos dias que permitem que seus filhos escolham e pensem por si próprios muito antes de serem capazes de fazê-lo, e que até mesmo dão desculpas para a sua desobediência, como se fosse algo que não merecesse uma repreensão. Para mim, uma das cenas mais tristes de se presenciar é ver um pai ou uma mãe cedendo sempre, e uma criança tendo sempre a última palavra; triste, pois se trata de uma inversão e perversão da ordem estabelecida por Deus; triste, pois sei que no final, com toda certeza, o caráter daquela criança acabará em vaidade e vontade própria.

 Eduque-os para que falem sempre a verdade, toda a verdade e nada além da verdade.

Deus é apresentado como um Deus de verdade. Menos do que a verdade é uma mentira; aquela fuga, aquela desculpa, ou aquele exagero são meio-caminho para a falsidade, e devem ser evitados. Encoraje-os a serem francos em toda e qualquer circunstância, e a falarem a verdade custe o que custar. Eu insisto nisto para que também possamos ficar mais tranquilos e sermos auxiliados em tudo o que tivermos que tratar com eles. Descobriremos ser isto uma poderosa ajuda, pois poderemos sempre confiar no que disserem. Isto tem um efeito ainda mais amplo, pois ajuda a prevenir aquele hábito que infelizmente prevalece entre as crianças, de fazer as coisas às escondidas.

Eduque-os, lembrando continuamente de como Deus educa os Seus próprios filhos.

Se quiser educar seus filhos sabiamente, preste atenção na maneira como Deus Pai educa os que Lhe pertencem. Ele faz tudo bem feito; o método que Ele adota deve, portanto, ser o correto. Os filhos de Deus, depois de uma longa jornada, poderão dizer a você que foi algo bendito não terem seguido seus próprios caminhos e que o que Deus fez para eles foi muito melhor do que aquilo que poderiam ter feito por si mesmos. Sim, e poderão lhe dizer também que o modo de Deus tratá-los lhes trouxe mais alegria do que eles jamais teriam conseguido por si próprios.

Rogo a você que conserve no coração a lição que lhe ensina o modo como Deus trata Seus próprios filhos. Não tema privar seu filho de tudo aquilo que você considerar poder causar-lhe algum dano, não importa quais sejam os desejos dele. É este o método de Deus. Ser perpetuamente indulgente é a maneira de se criar um egoísta; e pessoas egoístas e crianças arruinadas dificilmente são felizes. Querido leitor, não seja mais sábio do que Deus; eduque seus filhos como Ele educa os que Lhe pertencem. Eduque-os, lembrando-se continuamente da influência do seu próprio exemplo. Não há substituto para a piedade — o real temor de Deus na vida dos pais. Instruções, avisos e ordens terão pouco valor se não tiverem respaldo no modelo apresentado por sua própria vida. Seus filhos nunca crerão que você esteja falando sério, e que deseja que realmente lhe obedeçam, se suas atitudes estiverem contradizendo seus conselhos. Nós pouco conhecemos a força e o poder de um exemplo.
As crianças observam nossos modos, registram a nossa conduta, observam nosso temperamento. Em nenhum outro caso, creio eu, o exemplo fala tão alto quanto no relacionamento entre pais e filhos. Não se esqueça de que seus filhos aprendem mais pelo olho do que pelo ouvido. O que eles veem tem um efeito muito mais forte sobre suas mentes do que aquilo que lhes é falado.

Empenhe-se ao ponto de ser uma epístola viva de Cristo, de modo que seus filhos possam lê-la claramente. Seja um exemplo nas palavras, no temperamento, na diligência, na temperança, na fé, na bondade, na humildade. Acredite que seus filhos não irão praticar aquilo que não virem você praticar. Os pais são o modelo que eles copiarão. Seus raciocínios e suas leituras, suas sábias ordens e seu bom conselho — talvez eles não compreendam tudo isso, mas compreenderão sua vida. A medida de Cristo que você desfruta para si mesmo é a que eles crerão tratar-se de algo real. As crianças são observadoras muito ágeis; muito ágeis em enxergar através da hipocrisia, muito ágeis em adotar todos os seus modos e opiniões; e você logo descobrirá ser verdadeira a expressão: “tal pai, tal filho”. Eduque-os, lembrando continuamente o poder do pecado. Isto o guardará de acalentar esperanças que não são bíblicas.

É triste constatar quanta corrupção e quanto mal existe no coração de uma pequena criança, e quão cedo isso começa a dar fruto. Temperamento violento, vontade própria, orgulho, obstinação, ira, preguiça, egoísmo, engano, astúcia, falsidade, hipocrisia, uma terrível aptidão para aprender o que é mau, uma triste lentidão para aprender o que é bom, uma prontidão para fingir qualquer coisa a fim de atingir seus propósitos. Você não deve achar estranho ou inusitado que corações tão pequenos possam estar tão cheios de pecado. Trata-se da única herança que nosso pai Adão nos deixou: a natureza caída com a qual viemos a este mundo. Nunca dê ouvidos àqueles que dizem que seus filhos são bons e bem-criados, e que são de confiança. No fundo eles precisam apenas de uma pequenina faísca para acender sua corrupção. Normalmente os pais não são muito prontos a admitir isto. Lembre-se da natureza depravada de seus filhos e tome cuidado.

 “Lança o teu pão sobre as águas”, diz o Espírito, “porque depois de muitos dias o acharás” (Ec 11:1).

Não tenho dúvida de que muitas crianças se levantarão no dia do juízo e bendirão a seus pais pela boa educação que receberam, mesmo que nunca tenham dado mostra de haverem tirado algum proveito disso durante a vida de seus pais. Portanto, siga adiante por fé, e pode ter certeza de que seu trabalho não será totalmente em vão. Por três vezes Eliseu se estendeu sobre o corpo do filho da viúva antes que este revivesse.

Siga o exemplo dele e persevere. Eduque-os com contínua oração por bênção em tudo o que você está fazendo. Olhe para seus filhos como fazia Jacó para com os dele; ele diz a Esaú, “os filhos que Deus graciosamente tem dado a teu servo” (Gn 33:5). Olhe para eles como José olhou para os seus, quando disse a seu pai, “Eles são meus filhos, que Deus me tem dado aqui” (Gn 48:9). Considere-os, com o salmista, como “herança do Senhor” (Sl 127:3). Repare como Manué fala ao anjo acerca de Sansão: “Qual será o modo de viver e serviço do menino?” (Jz 13:12) (N.T.: ou, numa tradução livre da versão inglesa, “Como devemos ordenar a criança, e como devemos proceder para com ela?”).
Observe com que ternura Jó cuidava da alma de seus filhos, o qual “oferecia holocaustos segundo o número de todos eles”, pois ele dizia, “porventura pecaram meus filhos, e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente” (Jó 1:5). Pais, se vocês amam seus filhos, vão em frente e façam o mesmo. Nunca será demais trazer à memória o nome de seus filhos diante do propiciatório. Vocês podem mandar seus filhos para as melhores escolas, dar a eles Bíblias e encher suas cabeças com conhecimento; mas se durante todo esse tempo não houver uma educação constante no lar, quero dizer-lhes claramente, temo que no final as coisas sejam difíceis para os seus filhos, no que se refere às suas almas.

Os cálices mais amargos que o homem já bebeu foram aqueles preparados pelos filhos. Filhos têm sido os causadores das mais tristes lágrimas que o homem já derramou. Adão podia falar a respeito disso; Davi também podia fazer o mesmo. Não há tristezas neste mundo como aquelas que filhos trouxeram a seus pais.

 Oh! Tenha cuidado para que sua própria negligência não lhe traga miséria na sua velhice. “Derrama o teu coração como águas diante da face do Senhor: levanta a eles as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos” (Lm 2:19)

COMO OS PAIS PODEM ESTAR MAIS PRÓXIMOS DOS FILHOS?
É possível que em uma família todos morem juntos na mesma casa, mas não sejam presentes na vida um do outro. As tarefas rotineiras, as preocupações diárias e o uso excessivo da internet acabam por distanciar as pessoas que estão sob o mesmo teto. Quando se olha para o desenvolvimento das crianças essa questão é ainda mais delicada, porque é necessária a presença afetiva dos pais em suas vidas, para que elas amadureçam. Aqui vão algumas sugestões de como os pais podem estar mais próximos de seus filhos diariamente:
1. Exercer autoridade corretamente:
É importante ser referência na vida dos filhos. Mas você já deve ter visto alguns pais com medo dos próprios filhos, não querendo desapontá-los ou serem vistos como pais rígidos demais. É preciso cuidar com os extremos: nem ser firme demasiadamente e nem permissivo. Trata-se de procurar um ponto médio, em que seus filhos possam expressar opiniões, mas que saibam que há limites e regras a serem respeitadas.
2. Apoiar os projetos dos seus filhos:
Por vezes as crianças não acreditam no potencial que têm. E quando não há apoio das pessoas próximas, especialmente dos pais, elas podem se tornar adultos que não conseguem desenvolver suas habilidades. Mas é preciso cuidar com o tipo de apoio oferecido. Evite exigir demais de seu filho. Seja afetuoso e mostre a ele que você é um suporte. Assim, ele saberá que tem em você alguém sábio a quem recorrer durante toda a vida.
3. Interessar-se pelo que eles fazem:
É importante que os filhos saibam que você se interessa por aquilo que eles fazem. E não reaja com desdém quando achar que uma tarefa realizada por seu filho é boba demais. Para ele, aquele pode ser um grande feito e é preciso que ele saiba que você está atento. E pode acontecer também de eles resistirem a contar sobre sua rotina e amizades, mas insistir em querer saber mostra que você é alguém interessado e com quem ele pode sempre contar. Isso fica registrado no subconsciente dele.
4. Mostrar que os ama:
Um pai jamais deve se arrepender de dar aos filhos altas doses de carinho e afeto. Abraçar, beijar, dizer que eles são importantes para toda a família, são atos de afirmação que contribuem muito para o desenvolvimento pessoal das crianças. São atitudes tão importantes para elas, que até quando chegarem à idade adulta, elas saberão que têm nos pais um porto seguro.
5. Estar atento às mudanças tecnológicas:
Cerque-se de todo o conhecimento possível, sobre tecnologia. As crianças já nascem digitais e sabendo fazer muito mais coisas do que você, pela internet. Por isso, é importante que você saiba quem são os Youtubers que falam às crianças e adolescentes no momento, que tipo de interesses seu filho tem na internet e conversar sobre esses assuntos. Ele vai ver em você um amigo para compartilhar informações e até buscar opinião. Mas também se mostre firme quanto ao período de utilização da internet, para que ele saiba que você é um amigo, mas também alguém que zela por sua segurança.
6. Manter uma boa comunicação com seu cônjuge:
Os relacionamentos amorosos de seus filhos serão construídos com base naquilo que eles perceberam em casa durante a infância. E ver que existe um diálogo respeitoso entre os pais, faz com que as crianças se sintam confortáveis em também se comunicar com eles. Eles passam a ver a família como um ambiente confiável.
7. Fazer programas em família:
É muito importante que toda a família tenha um tempo de qualidade junto. Ir ao cinema ou fazer uma noite de filme em casa, sentar-se junto para jantar ao menos uma vez na semana, frequentarem a igreja, viajarem, aproveitarem uma tarde no parque. Não importa se é uma atividade curta ou longa, mas esse tempo juntos deve existir. Tradições familiares serão levadas para toda a vida de seu filho e ajudarão na formação de sua própria família no futuro.
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