Lição 12 - João, as Declarações do Filho de Deus


"Disse-lhe Jesus: Eu Sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" - João 14.6

Texto Bíblico Básico:  João 8.50-59


O que Jesus quis dizer com “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida”?


O QUE JESUS QUIS DIZER QUANDO AFIRMOU 'EU SOU?'

Jesus, em resposta à pergunta dos fariseus "Quem você pensa que é?" disse: "‘Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque veria o meu dia; ele o viu e alegrou-se'. Os judeus perguntaram: 'Você ainda não tem cinquenta anos, e viu Abraão?' Jesus respondeu: ‘Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!’" A reação violenta dos judeus à afirmação "EU SOU" de Jesus indica que compreenderam claramente o que Jesus estava declarando -- Ele estava igualando-se a Deus ao usar o mesmo título “EU SOU” que Deus dera a Si mesmo em Êxodo 3:14.

Se Jesus tivesse querendo dizer apenas que já existia antes do tempo de Abraão, Ele teria dito: "Antes de Abraão, eu era." As palavras gregas traduzidas como "nascer" no caso de Abraão e "sou" no caso de Jesus são bastante diferentes. As palavras escolhidas pelo Espírito deixam claro que Abraão foi "trazido à existência", mas que Jesus existia eternamente (João 1:1). Não há dúvida de que os judeus entenderam o que Ele estava dizendo porque pegaram pedras para matá-lo por clamar-se igual a Deus (João 5:18). Tal declaração, se não fosse verdade, era uma blasfêmia e a punição prescrita pela lei mosaica era a morte (Levítico 24:11-14). No entanto, Jesus não cometeu blasfêmia; Ele era e é Deus, a segunda Pessoa da Trindade, igual ao Pai em todos os sentidos.

Jesus usou o mesmo termo "EU SOU" em sete declarações sobre Si mesmo. Em todas as sete, Ele combina EU SOU com metáforas que expressam a Sua imensa relação de salvação com o mundo. Todas aparecem no livro de João: EU SOU o Pão da vida (João 6:35, 1, 48, 51); EU SOU a Luz do mundo (João 8:12); EU SOU a porta das ovelhas (João 10:7,9); EU SOU o Bom Pastor (João 10:11, 14); EU SOU a Ressurreição e a Vida (João 11:25); EU SOU o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14:6) e EU SOU a videira verdadeira (João 15: 1,5).


O nome que Deus dá a Moisés – “EU SOU O QUE SOU” – é uma revelação da total e completa suficiência de Deus em si mesmo. É uma revelação da asseidade de Deus. Somente ele é dele mesmo (a se). Deus, e somente Deus, não depende de nada. E isso significa, para Moisés e para Israel, que Deus não é dependente da cooperação de Faraó para realizar o que ele prometeu.
Esse nome de Deus – “Eu Sou” – é a forma raiz do nome Yahweh. João Calvino corretamente diz que esse nome nos é dado no Antigo Testamento “para que nossas mentes possam ser repletas de admiração conforme a essência incompreensível de Deus é mencionada”. Tal “essência incompreensível”, dada no nome Yahweh, é mencionada mais de 5 mil vezes no Antigo Testamento. Em Êxodo 3, portanto, Deus identifica a si mesmo de duas maneiras. Ele diz a Moisés que é o Deus da aliança, que está com o povo dele, e que ele é o Deus que existe em si mesmo, o qual não precisa de nada a fim de ser quem é e de fazer o que ele planeja fazer.
Isso nos leva à sarça ardente. O propósito daquele milagre não era simplesmente para que Moisés pudesse ficar maravilhado; era para exibir o caráter duplo de Deus, que ele mesmo havia anunciado a Moisés. A sarça ardente ilustra o que os teólogos chamam de transcendência imanência de Deus. A revelação da sarça ardente era uma revelação que o “Eu Sou” é e sempre será totalmente independente e suficiente em si mesmo. Ele é total e completamente Deus mesmo quando promete e planeja “descer” (Êxodo 3.8) para estar com o povo dele e para redimi-lo. A sarça ardente nos aponta para aquela revelação culminante daquele que é total e completamente o Deus que existe em si mesmo. Ela nos aponta para o próprio Jesus Cristo (Mateus 1.23; 28.20). A revelação do caráter duplo de Deus em Êxodo 3 é essencial para a compreensão de todos que procuram se engajar na tarefa bíblica da apologética. Nenhuma outra religião na face da terra reconhece esse tipo de Deus. A fé que nós defendemos é totalmente única. Ela começa e termina com a revelação deste mistério majestoso do caráter de Deus dado a nós na Escritura Sagrada.

VIVENDO OS ENSINOS DO EVANGELHO DE JOÃO


Apesar de todo o simbolismo, o Evangelho de João apresenta uma teologia eminentemente prática e totalmente válida para os dias de hoje. Destacam-se alguns pontos:
1. Há um projeto de vida plena e liberdade da parte de Deus para todo o homem, desde o sempre, que se concretiza em Jesus. A única maneira de aceitar tal projeto é aderindo a Jesus e a sua prática de libertação e vida.
2. O homem natural é incompleto. Só Jesus nos completa, enchendo-nos com o Espírito Santo. Esta é a verdadeira plenitude de vida que culmina com o céu.
3. Deus se opõe a todo projeto de opressão e morte. Todo projeto de opressão e morte se opõem a Deus.
4. O legalismo, diametralmente oposto à obra de Jesus, tem origem numa deturpação da imagem de Deus. Evolui natural e rapidamente para opressão. Parafraseando o hino que cantamos, o legalismo "insulta os céus" (552 HCC).
5. O julgamento de Deus para o homem é simples e claro. Deus respeita a livre opção do homem, mas adverte que o fato de não aceitar a Jesus e não assumir sua prática traz condenação, que é o estabelecimento de uma condição contrária à vida plena. Não cabe a ninguém julgar, pois a livre opção de cada pessoa já traz seu julgamento.
6. Jesus quer que sejamos parceiros em sua obra. Esta é a dinâmica da graça.



PARA MEMORIZAR



. "Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade". (João 4.24)
. "Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: 'Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade e a verdade os libertará.'" (João 8.31-32)
. "Então Jesus lhes disse: 'Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram.'" (João 20.29)

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